Cama de casal

heidiyenO pingue-pongue continua. A Cama de Casal volta abrir-se para um duelo de discos que pode tomar rumos imprevisíveis. Tentámos antecipar o que pode acontecer com um questionário básico que revela informação preciosa.

São duas mulheres numa cabine. Uma loura, outra morena. Podia ser o início de uma fantasia erótica, mas a ideia não é essa (a minha, mas pode ser a vossa…). Heidi e Yen, que também podiam ser nomes de heroínas manga (por acaso Heidi até é, mas isso é só um pormenor) e não têm medo de ser sexy mas estão muito mais interessadas em fazer valer o seu amor pela música do que em reclamar a atenção que pôr discos em clubes lhes pode trazer. Heidi é canadiana, era uma indie girl at heart mas converteu-se à música de dança com Richie Hawtin (seu conterrâneo), mudou-se para Londres há dez anos, criou a loja de discos Phonica com uns amigos há cinco, vive actualmente em Berlim e lança discos na Get Physical. Yen Sung nasceu em Moçambique, veio para Lisboa há mais de vinte anos, também teve o seu lado indie chick (e hip hop diva, não esquecer a passagem pelos Da Weasel e, já que o parêntesis está aberto, notas para o maxi que editou na Atlantic Jaxx e para a remistura que fez para a Compost) mas converteu-se à música de dança a tempo de ser uma das primeiras mulheres a pôr música em Portugal e continua a ser uma das nossas DJs preferidas, não por ser mulher, mas pela atitude e pela música que passa. Nunca tocaram juntas, nem sequer se conhecem, mas também é isso que nos atrai neste primeiro encontro na Cama de Casal. É do imprevisto que saem normalmente as iluminações e nunca se sabe o que duas miúdas numa cabine são capazes de fazer com duas malas de discos. Heidi & Yen é um binómio que funciona e promete grandes coisas. No Lux vai estar em acção por uma noite, em nome do prazer da partilha e da festa. Coisas de miúdas que gostam de música e não têm medo de se agarrar aos pratos. 

HEIDI & YEN

GIRL TALK

O que sabes da Yen?

Heidi: Sei que é residente no Lux

O que sabes da Heidi?

Yen: Só sei que é uma mulher!

Que disco achas que a Yen vai passar de certeza?

H: Bem, como não a conheço, espero que passe alguns clássicos.

Se ela o fizer, já sabes com o que vais responder?

H: Nada melhor do que tocar um clássico a seguir a outro… as pessoas costumam adorar.

Que disco achas que a Heidi vai passar de certeza?

Y: Um qualquer da Poker Flat.

Se ela o fizer, sabes com o que vais responder?

Y: Toco um qualquer do Laurent Garnier.

Se o Djing pode ser uma técnica de sedução, qual o disco certo para começar uma noite?

H: Ando a começar os meus sets com a remistura do Seth Troxler para o “Good Voodoo” do Kiki, é super sexy e deep… põe as pessoas na disposição certa.

Y: “Love Machine” de Supermax.

Um disco que toques para ti.

H. Toco sempre umas coisas antigas do Steve Bug… bassline extravaganza!!!

Y: “I Can’t Kick This Feeling When It Hits” do Moodymann.

Um disco para os amigos.

H: “God Made Me Funky” do Mike Dunn.

Y: “Don’t You Worry About a Thing” do Stevie Wonder.

Um disco para os amantes.

H: “I Feel Love”, Donna Summer.

Y: “Just Me and You”, Erasmus Hall.

Um para mostrar delicadeza.

H: “Summertime”, Jamie Jones.

Y: “Protection”, Massive Attack.

Outro para mostrar força.

H: “Respect”, Aretha Franklin.

Y: “I’m The Baddest Bitch”, Norma Jean Bell.

Sentes-te uma mulher a fazer um trabalho de homens?

H: De todo.

Y: “It’s a man’s world”, como me disse uma vez a Kelis. Mas eu ADORO!

O melhor de ser DJ e mulher.

H: Não tem a ver com ser mulher, tem a ver com sentir paixão pela música que se toca e divertirmo-nos. Homem ou mulher, branco ou preto, não há barreiras na música.

Y: Podemos usar make-up, saltos altos, decotes e ser DJs ao mesmo tempo!

E o pior?

H: É mais difícil ser-se mulher nesta indústria porque somos uma minoria, mas isso só me faz trabalhar ainda mais. Os tipos que se sentam ao computador e escrevem coisas feias sobre mim como DJ, nos blogs, só me tornam mais forte. Eu aceito a negatividade e transformo-a em energia positiva quando toco.

Y: Carregar as malas de salto alto!!!

Qual foi a frase de engate mais parva/estranha que já usaram contigo numa noite de trabalho?

H: Tenho que dizer que nunca ninguém veio falar comigo antes ou depois de um set… acho que assusto um pouco as pessoas… Ah! ah! Deve ser das tatuagens… talvez as pessoas se sintam intimidadas.

Y: “Adorava ser um disco para me tocares a noite toda…” 

O que é sexy num DJ? 

H: Confiança e um sorriso.

Y: É ter a sensibilidade de se emocionar com uma melodia e a capacidade de nos fazer abanar a anca. Isso é sexy num DJ!

 

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